Câncer no intestino: como é realizada a cirurgia pelo coloproctologista (proctologista)?

Saiba mais detalhes do tratamento cirúrgico para o câncer no intestino.

O câncer no intestino é extremamente comum no Brasil. Sua incidência é estimada em mais de 40.000 casos por ano, segundo registros do Instituto Nacional de Câncer (INCA). O estágio evolutivo em que é diagnosticado é decisivo para o tratamento e as chances de cura são significativamente mais altas quando descoberto em estágios iniciais. 

O câncer no intestino ocorre com maior frequência na região do cólon ou reto, o chamado câncer colorretal. O risco de câncer no intestino aumenta com a idade, sendo mais comum em pessoas acima de 45 anos. Sua ocorrência no intestino delgado ("intestino finio") é rara. Há algumas opções para o seu tratamento, sendo que o principal é o cirúrgico.

O “estadiamento” da doença através de exames, ou seja, o mapeamento e a definição da extensão do comprometimento dos órgãos pela doença, é fundamental para definir a estratégia do tratamento a ser individualizada para cada paciente.

Como funciona o tratamento de câncer no intestino?

A programação para tratamento depende do estágio e da localização do câncer no momento do diagnóstico. Fazem parte dos recursos disponíveis, além do procedimento cirúrgico, também o colonoscópico, a quimioterapia e a radioterapia, dentre outros.

Câncer no intestino em estágios iniciais

Quando o câncer no intestino é descoberto em estágios muito iniciais (estágio 0 e alguns casos no estágio I) ou quando se trata de um pólipo intestinal  que ainda não se tornou um tumor maligno, o tratamento pode ser feito através da ressecção durante o exame de colonoscopia, por meio de um dos procedimentos, chamados polipectomia, mucosectomia ou dissecção endoscópica da submucosa (ESD).

O mais frequente deles, a polipectomia, é realizado com o auxílio de acessórios endoscópicos, como pinça e alça metálica, por exemplo. Na polipectomia o médico remove a lesão, idealmente com todas as células cancerígenas daquela região do intestino, incluindo margens de tecido saudável ao redor, livres de comprometimento pela neoplasia. A lesão é, então, enviada para análise anatomopatológica. Através dela, confirma-se a natureza benigna ou maligna. Assim, o diagnóstico e o tratamento acontecem ao mesmo tempo, exclusivamente pela colonoscopia, sem a necessidade de cirurgia convencional.

Após a interpretação conjunta dos resultados descritos no laudo endoscópico e no relatório anatomopatológico, o médico definirá se a paciente está curada, o intervalo estabelecido para uma próxima colonoscopia de controle ou se haverá a necessidade de complementação do tratamento através de cirurgia para a retirada de tecido adicional, de acordo com o grau evolutivo das células tumorais no pólipo avaliado.

Câncer no intestino em estágios 1 e 2, e outros mais avançados

A cirurgia é o meio de tratamento preferencial quando o câncer encontra-se nos estágios 1 e 2, sendo a maneira mais indicada para a cura do câncer.Nestes casos, habitualmente não são necessárias outras formas de tratamento complementar após a cirurgia. Naqueles mais avançados, a cirurgia também é frequentemente indicada em algum momento da terapêutica, mas geralmente, associada a outras modalidades, como a quimioterapia e a radioterapia. 

Quando o tumor está nos últimos centímetros do intestino, chamado reto, dependendo do estágio no qual se encontra, pode ser indicado o tratamento inicial através de radioterapia e quimioterapia, ao invés da cirurgia.

agendar consulta

Qual é a cirurgia realizada para o tratamento de câncer no intestino?

O tipo de cirurgia indicada depende da localização do tumor, de seu tamanho, estágio avaliado, incluindo se há ou não metástases. Desta forma, o médico cirurgião avaliará qual procedimento deverá ser realizado, podendo haver a necessidade da retirada completa do intestino ou apenas um segmento. Nos casos mais avançados, pode ser necessária, também, a retirada de parte de outros órgãos comprometidos pelo tumor.

Câncer no intestino: Cirurgia de retirada do tumor

A cirurgia nos casos de câncer avançado, para os quais o tratamento pela via endoscópica não é mais possível, é complexa, extensa e, diferente da polipectomia, que pode ser realizada em ambiente ambulatorial, como laboratórios e clínicas, esta deve ser feita em um centro cirúrgico hospitalar.

As duas principais vias de acesso para a cirurgia são:

Cirurgia “aberta” (laparotomia)

Esta é mais invasiva, consiste em uma extensa incisão abdominal para a realização do tratamento. O pós-operatório costuma ser mais doloroso e sintomático, a recuperação e a retomada das atividades habituais costumam ser mais lentas e o resultado estético desfavorecido pela maior cicatriz abdominal.

Cirurgia feita por videolaparoscopia

Em nossa rotina cirúrgica esta é opção técnica de preferência. A videolaparoscopia é uma via de acesso menos invasiva e neste tipo de procedimento, os tempos operatórios são realizados através de pequenas incisões (5 mm a 12 mm) e a visibilização da cavidade é obtida através de uma pequena câmera (5 mm ou 10 mm) com alta definição de imagem, após insuflação temporária de gás carbônico na cavidade abdominal. Ao término do procedimento, o segmento intestinal a ser removido é exteriorizado através de uma incisão menor, habitualmente realizada em posição “suprapúbica”, ou seja, semelhante àquela utilizada para o parto cesárea. Através da videolaparoscopia espera-se recuperação e retorno às atividades abreviados, além do resultado estético mais favorável, pela localização baixa da incisão, frequentemente recoberta pelas vestes íntimas. 

Após a retirada do segmento intestinal para tratamento do câncer, o médico cirurgião precisa fazer a reconstrução , a "ligação" das duas partes seccionadas, que se encontram separadas. Na maioria dos casos ela é feita na mesma cirurgia e após alguns dias espera-se a retomada das evacuações. Contudo, em algumas situações, o coloproctologista deve optar pela confecção de uma colostomia, ou seja, a exteriorização do intestino e fixação deste ao abdômen através da pele, popularmente conhecida como “bolsinha”. A colostomia pode ser mantida de forma temporária ou definitiva e a indicação para sua confecção depende de inúmeros fatores, avaliados durante uma cuidadosa consulta médica, devendo a indicação ser individualizada caso a caso.

Cirurgia com tecnologia robótica

Mais recentemente foi incorporada como opção tecnológica para as cirurgias de ressecção intestinal (colectomias), a utilização da plataforma robótica. Os resultados mostram-se semelhantes aos da videolaparoscopia convencional e sua principal aplicação tem se voltado para aqueles casos nos quais a lesão se encontra localizada no reto (segmento distal do intestino). Em nossa rotina, a decisão pela utilização da tecnologia robótica ou da videolaparoscopia convencional é tomada durante a consulta médica, em conjunto com o paciente, pesando-se as diferenças e benefícios oferecidos por cada uma delas.

Colostomia e ileostomia

Após a cirurgia de retirada do tumor pode ser necessária a realização de uma colostomia ou de uma ileostomia. Após um destes procedimentos, o conteúdo fecal é desviado do trânsito intestinal final através do ânus para a região externa do corpo através da maturação (abertura, fixação e cicatrização) do cólon ou do íleo (segmento final do intestino delgado) ao abdômen. As fezes passam a ser coletadas em uma bolsa plástica removível e higienizável, que permanece constantemente acoplada ao estoma.

Este procedimento pode permanecer de forma temporária, durante o período de recuperação após a cirurgia ou ser permanente, de acordo com o porte e tipo de cirurgia que foi necessária para o tratamento.  

O fato de ser necessário um estoma no pós-operatório, frequentemente gera preocupação e ansiedade, contudo, uma vez demistificada e superada a fase de adaptação, a vida do paciente com estoma pode ser livre de barreiras pela sua presença, ainda que demande cuidados específicos para sua manutenção.

Para maiores esclarecimentos sobre câncer de intestino, como preveni-lo, tratá-lo, informações complementares a respeito da cirurgia e outras informações, consulte-se com nossos especialistas. 

Lembre-se que o exame de colonoscopia deve ser realizado de forma periódica, principalmente para as pessoas sob maior risco, como aquelas com idade superior a 45 anos, portadoras de determinadas doenças crônicas intestinais ou histórico familiar de câncer de intestino. O intervalo entre os exames deve ser indicado pelo médico que a avaliou e depende de diversos fatores, como por exemplo, o resultado de exames anteriores.

Prevenção, Tratamento e Acompanhamento.
Endereço

Rua Princesa Isabel, 1127, Campo Belo, São Paulo/SP - Ver mapa

Horário de funcionamiento

De seg. a sex. de 8h às 18h

Contatos

(11) 5542-8800 / 5542-3838

WhatsApp e Urgências Cirúrgicas:
(11) 98944-5979

Fale Conosco